Buscando... (Searching, 2018) causou questionamento e reflexões sobre família e conecta você com o drama de um pai e sua filha desaparecida.

Buscando… (Searching, 2018) é aquele found footage repaginado e que chegou para desconstruir tudo aquilo que estávamos acostumados a ver. Isso mesmo, o filme não é só envolvente, como um tutorial de como usar a internet ao seu favor – confesso que apesar de usá-la frequentemente, me senti um leigo no assunto. Ou seja, não sobreviveria se acontecesse algo parecido comigo. É lição de vida que se diz né?

E caso você não saiba, o estilo screenlife, já foi apresentado no filme  Amizade Desfeita (Unfriend, 2014). Inclusive esse estilo de narrativa conecta você de imediato ao universo proposto, por se assemelhar com nossa realidade. Pois como as janelas utilizam ferramentas digitais como gmail, redes sociais, entre outros, você tem sua curiosidade ativada, com aa vontade de pegar o mouse do protagonista e explorar mais coisas.

Inclusive só abrindo um parêntese sobre Amizade Desfeita (2014), você até que tem uma experiência interessante com sua dinâmica ser 100% no computador, mas você tem a sensação de que o enredo poderia ser melhor aproveitado... Mas no mundo do cinema é assim mesmo. Até porque ele abriu portas para esse estilo de narrativa.

Debra Messing e John Chon | Buscando... (Searchibg, 2018) | Questão D
(Debra Messing  e John Chon | Buscando…)

Mas o acerto veio em Buscando… (2018) que quebrou de vez com essa má impressão e entregou uma produção satisfatória, e com um plot twist de aplaudir de pé – porque foi o que fiz no cinema (me julguem). Inclusive posso ser ousado em dizer que ele entrou no rol dos melhores filmes de 2018, depois de Um Lugar Silencioso (A Quiet Place, 2018). Você concorda?

Bem, e depois que você assistiu o filme e leu sua crítica favorita, chegou a hora da gente fazer aquela análise e entender qual mensagem ele quer passar. Afinal, trabalhamos com análises e teorias, não é verdade?

Sendo assim, chega de conversa e vamos a nosso post. #QuestaoDAnálise

Buscando… (Searching, 2018)| O Pior Pesadelo de Um Pai Acontece

Michelle La e John Chon | Searchibg, 2018 | Questão D
(Michelle La e John Chon | Buscando…)

Como de praxe, temos um prólogo através da tela do computador. Nele conhecemos um pouco da história da família Kim – desde nascimento de Margot, até o falecimento de sua mãe. É interessante como a conexão é imediata e a viagem no tempo é cativante, passeando nos primórdios do designer do Windows Xp, até o atual Macbook. Refletindo assim que nossas histórias agora são armazenadas em Hds.

E depois da perda irreparável de David Kim (John Chon) e Margot Kim (Michelle La), ambos procuram estarem presente na vida um do outro. Mas infelizmente, as aparências enganam. Talvez a proximidade exista apenas na mente do pai. Seria isso uma espécie e fuga ou idealização?

E a realidade só é percebida quando Margot desaparece. E o sentimento de culpa e impotência surge, quando David precisa pegar o computador de sua filha e descobre o quanto solitária sua filha estava. E é aí que ele percebe o quanto foi um pai ausente e não sabia o quanto isso afetava sua princesa. E a partir daí, inicia uma corrida contra o tempo para descobrir o que realmente aconteceu com Margot?

Se ainda não assistiu, prepare-se para fortes emoções.

Como o Sentido Crítico é Abordado no Filme?

Michelle La | Buscando... (Searchibg, 2018) | Questão D
(Michelle La | Buscando…)

Conforme falei no início, o enredo é um reflexo de nossa realidade. Afinal, é durante as investigações de David que descobrimos que a maioria de nós somos uma Margot Kim. Isso porque a garota usava as redes sociais como um válvula de escape, para não se sentir sozinha.

E nós como nunca sabemos o quanto a modernidade mudou nosso estilo de se relacionar. E como o ser humano nasceu para viver em sociedade, fazer parte de um grupo tornou-se uma necessidade básica. Não é verdade?

E diante dessa válvula de escape, o filme mostra o quanto vulnerável ficamos, quando estamos afetados emocionalmente. E é aí que mora o perigo, porque não enxergamos as atitudes aproveitadoras dos caçadores de likes e de pessoas má intencionadas.

Sendo assim, cuidado. Fique alerta e identifique se não está abalado emocionalmente, procure ajuda sempre que for necessário, principalmente de alguém que você confia,  ou de um profissional. Quanto mais blindado sua mente estiver, melhor para evitar ser vítimas de aproveitadores. Então fica a dica.

Buscando… (Searching, 2018) | Sua Família, Sua Base

John Chon e as lembranças de David e sua filha | Searchibg, 2018 | Questão D
(Buscando… | Searching Movie)

Outro assunto fortemente debatido no filme, é o estreitamento de laços entre pais e filhos. Inclusive, um questionamento vem à tona: Do que você seria capaz por seu filho?

E essa pergunta permaneceu fortemente em vários pontos do enredo, inclusive no final. Quem assistiu sabe a que me refiro.

Lembra que comentei o quanto a modernidade mudou nosso jeito de se relacionar? Então justamente temos isso bem personificado aqui em dois momentos:

  • Enquanto David é espontâneo e brincalhão com Margot nas videochamadas
  • Já  pessoalmente é alguém retraído e inseguro nos poucos momentos que passa com sua filha.

E essas duas cenas refletem muito bem nossa realidade, mostrando a necessidade de dar um pausa na tecnologia e desfrutar bons momentos ao lado de quem amamos. Além disso, fica o alerta da presença necessária dos pais na adolescência de seus filhos. E por ser uma fase crucial de descobertas, quanto mais próximo estiverem, melhor será para ajudá-los.

Uma Fórmula Conhecida, Mas com Seus Ajustes

Michelle La é Margot kim e suas redes sociais | Buscando... (Searchibg, 2018) | Questão D
(Michelle La | Buscando…)

Poderia até ser mais um filme esquecível, mas o roteiro colabora e muito, diga-se de passagem.

Apesar de repetir a fórmula de Amizade Desfeita (Unfriend, 2015), Buscando… quis fazer diferente. Normalmente a estrutura de um screenlife é concentrada apenas na tela do computador e nada mais. E já aqui, tivemos desde de trilha sonora, para compor e conectar as várias camadas do filme – principalmente as de suspense.

Outro destaque digno de ser mencionado, é apresentar uma trama fechada, com o mínimo de pontas soltas. Diferente dos found footage que estamos acostumados a ver  e que deixam seu final em aberto. Vale lembrar que este é um estilo que divide opiniões e Buscando… conseguiu quebrar esse padrão que era considerado um fardo.

Obrigado pelos Mimos de Debra Messing

Debra Messing arrasando seu papel dramático | Searchibg, 2018 | Questão D
(Debra Messing saiu da zona da comédia e agradando seus fãs | Buscando…)

Isso mesmo, nossa eterna Grace Adier (série Will & Grace) está diferente de tudo aquilo que podíamos imaginar. Inclusive foi a primeira vez que vi Debra Messing em uma produção fora do gênero comédia. E fiquei feliz em ver as camadas da Detetive Rosemary Vick, principalmente porque ela foi crescendo em doses homeopáticas. E quando você percebe, ela é um dos elementos fundamentais na trama.

Além disso, sua personagem foi um reforço no debate sobre pais e filhos. É através dela que podemos avaliar os diversos níveis de sacrifícios que os pais fazem por seus filhos. Então questionamos, será que a ética e moral seria jogada por terra por um filho ou abraçaríamos a justiça por mais dolorida que ela seja?

Não sei você, mas esse assunto dá muito pano para manga. Até porque vários aspectos seriam analisados, assim como diversos pontos de vista. Vale lembrar que 75% da ações humanas são decorrentes do emocional e 25% do racional. E acredite, muitas das vezes são usados argumentos racionais para justificar os atos emocionais – o famoso “procurar um culpado” que justifique o erro.

Inclusive deixarei duas sugestões de livros que falam muito bem sobre essa questão de autossabotagem e auto responsabilidade: Mindset: A Nova Psicologia do Sucesso, de Carol S. Dweck. Leia-o e me conte o que achou nos comentários.

Jon Chon é David em busca de sua filha desaparecida | Buscando... (Searchibg, 2018) | Questão D
(O Pior Pesadelo de Um Pai Acontece | Buscando…)

Ufa! falei demais não é verdade?

Isso prova o quanto o filme mexeu demais com meu cérebro. Mas esse é o efeito que o found footage faz com a minha mente, deixa ela a todo vapor. E mesmo sendo um gênero causador de discórdia para alguns, confesso que gosto deste estilo. Então você deve imaginar o quão feliz fiquei com o resultado positivo deste filme, não é mesmo?

Inclusive me conte como foi sua experiência com Buscando… (Searching, 2018). Você faria a mesma coisa que David? Você achou outras mensagens no filme?

Deixe seu comentário e vamos conversar.

Gostou? Compartilhe este post com aquele amigo ou crush que gosta de suspense e de se surpreender. Quem sabe assim, ele não te nota… Não é mesmo? Fica a dica.

Até o Próximo Post;)

Buscando... (Searchibg, 2018) | Cartaz | Questão D

Ficha Técnica

Título Original: Searching…
Gênero: Drama, Mistério, Thriller
Direção: Aneesh Chaganty
Elenco: Debra Messing, John Cho, Joseph Lee, Michelle La, Sara Sohn, entre outros.
Classificação: 14 anos
Duração: 101 minutos
País: EUA
Ano: 2018

Trailer:

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Dandy Souza

Web Designer e Videomaker. Sou um caçador de "easter eggs"e ativista da cultura pop. Criei o "Questão D" para mostrar que sci-fi, terror e o suspense são gêneros que além de entreter, têm um papel social interessante e fora da curva.Seja bem-vindes, porque o Questão D tá On!
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