Maldição? Já era! Quem nunca assistiu aquele filme de terror que os personagens se tornam vítimas de uma maldição que ninguém pediu, e tentam de tudo para se livrar delas e seguirem com a vida. Coitados, iludidos. Eu conto, ou você conta? A verdade é que nem toda maldição tem como “desfazer”. Então não adianta se apaixonar por aquele seu novo crush do filme, porque ele pode virar camiseta de saudade, sem dó e nem piedade — Mas o que importa é a atuação: eles disseram… foi bom enquanto duro… será?
E não vou mentir, mas algumas histórias são tão cruéis e bem construídas, que quando a merda acontece, não tem para onde correr e nem Ctrl+Z que ajude, só rezar pedindo perdão pelos pecados — e se chorar manda áudio. Mas uma coisa é certa, filmes de maldição mostra que “ao menor sinal de bizarrise” no local, não entre. Vai para um hotel, dorme no carro, volta pra casa, mas não entre. Seu anjo da guarda agradece, porque depois de te salvar de poucas e boas, se não ele pode ajudar a maldição porque você não o escutou.
Brincadeiras à parte, assim como todo filme de terror, as maldições trazem muitas metáforas capaz de deixar você pensativo por horas — e se você ficou assim, é porque o filme cumpriu seu papel. Por isso, hoje você vai mergulhar em 7 filmes onde a maldição não tem perdão — e um bônus sinistro para fechar com chave de ouro sua maratona.
Ufa! Esse papo tá deixando um clima bizarro não é verdade? Então chega de delongas porque o Questão D tá on!

7 Fimes onde Maldição Não tem Perdão
Você sabia que toda maldição no cinema é um reflexo de nossa sociedade? A verdade é que um bom terror possui vários significados, que estudiosos de cinema, psicologia e filosofia adoram dissecar essas camadas. E sabe o que é mais fascinante nisso tudo? É que conforme a sociedade evolui, surgem novas interpretações — como você vai ver algumas delas na lista a seguir.
Por isso, prepare seu caderno de anotações (ou salve este artigo) e se aprofunde nessas histórias bem fora da curva. E quem sabe você não cria seu próprio guia de sobrevivência contra maldições?
Afinal… você acredita que sairia ileso se estivesse na hora e no lugar errado? É isso que vamos descobrir. Partiu

1-O Chamado (2002) | Maldição em VHS: deu play, deu ruim, deu tchau!
E se um simples vídeo pudesse condenar você à morte em 7 dias? E não importa se você caiu do nada nessa maldição ou foi por uma simples curiosidade. Quando seu telefone tocar, seu destino estará definido. Em uma semana, você vai virar camiseta de saudade — e o pior… nem vai ser possível velar o corpo, porque estará irreconhecível… Bizarro né?
E foi exatamente isso que aconteceu com a repórter Rachel Keller (Naomi Watts). Ela foi tentar investigar a morte suspeita de sua sobrinha Katie (Amber Tamblyn), de uma suposta parada cardíaca — mesmo sendo saudável e sem históricos de doenças crônica na família. Então ela descobre sobre uma lenda urbana sobre uma fita amaldiçoada, que anuncia sua sentença de morte com uma ligação bizarra dizendo: “7 dias…”
Minha avó sempre dizia: “Não mexa com aquilo que você não conhece menino”. Mas Rachel descobriu isso da pior forma possível. E tem como piorar? Infelizmente sim, pois seu filho Aidan (David Dorfman) também assistiu a fita. Agora, ela precisa correr contra o tempo e decifrar os segredos por trás da maldição, antes que acabe — literalmente.
Mas por trás desse enredo assustador, o filme tem uma crítica curiosa. E apesar de ter sido lançado em 2002, quando a internet dava seus primeiros passos, de certa forma o filme antecipou o pesadelo digital em que vivemos com vídeos virais, excesso de fake news e conteúdos tóxicos que se espalham como um vírus. Sendo assim, Samara não é apenas um fantasma, mas o símbolo do “porque não vou passar por isso sozinho” na era das redes sociais.
Você tinha pensando nessa leitura ou você teve uma outra interpretação sobre o filme? Me conta antes de assistir a fita.

2- A Bruxa de Blair (1999) | Madição em Found Footage: Grita, Treme e Filma até Sumir
O que realmente desapareceu naquela floresta: os estudantes… ou a sanidade mental deles?
Você pode até duvidar de bruxas, mas uma floresta isolada…? Ah, essa com certeza esconde segredos, e não são nada amigáveis, acredite. Mas 3 estudantes de cinema descobriram isso da pior forma possível, quando foram investigar a Lenda da Bruxa de Blair. A verdade é que eles só tinham um equipamento e um sonho… mas deu tudo errado, porque a vida deles nunca mais foi a mesma.
E conforme eles avançavam mata adentro, mais presenciavam coisas estranhas como: símbolos arranhado em árvores, sussurros que não vinham de lugar nenhum, bússola totalmente descontrolada… Quanto mais se conscientizavam que estavam perdidos, mais a floresta revelava sua verdadeira face: um organismo vivo que se alimentava de seu pânico. E o pior? Sem rota de fugas, tudo o que tinham eram a câmera para registrar o desespero crescendo… frame por frame.
Mas afinal…. qual seria a metáfora do filme? Bom na verdade a floresta ela é um personagem central, ou seja, aqui ela não é um cenário, e sim um vilão. E segundo a tradição literária, as florestas sempre representaram:
- O Inconsciente humano: onde medo tomam forma
- A morte simbólico: em que perde-se para renascer
- O colapso da razão: quando a lógica falha
E justamente os 3 estudantes vivem todos esses níveis em A Bruxa de Blair (1999) — suas crenças caem por terra, conforme o pânico e o medo aumentam.
E por mais que o filme seja norte-americano, vou trazer uma curiosidade que faz parte da identidade da Região Amazônica. Nós amazônidas, por um costume tradicional, que nunca se entra na mata sem pedir licença. Isso vale também para igarapés e praias, pois existem muitos mistérios que não são vistos a olho nu.
Inclusive, existem casos reais que viralizaram nos últimos anos como este relato no Parque do Utinga e este incidente em Belém que provam que Sheakespeare sempre esteve certo: “Há mais mistérios entre o céu e a terra do que sonha nossa vã filosofia”.
Você descobriu uma visão diferente no filme? Você teria coragem de gravar um documentário na floresta sem pedir licença? Qualquer coisa vai avisando.

3-No Cair da Noite (2003) | Maldição da Fada: Perdeu o Dente, Perdeu a Alma!
E se todos os medos da sua infância fossem reais? Não aqueles monstros imaginários que você ouvia de seus pais, mas algo muito pior – uma criatura que realmente espera você fechar os olhos para atacar. Esta é a essência de No Cair da Noite (2003), um filme que transforma o doce mito da Fada do Dente em uma história de terror palpável.
E tudo começa em 1855, com Matilda Dixon, uma idosa bondosa que recompensava crianças com moedas por seus dentes de leite. Quando duas crianças desaparecem, a população local, tomada pelo pânico e pela fúria, acusa Matilda e a lincha brutalmente.
Dias depois, as crianças são encontradas vivas, mas o destino de Matilda já estava traçado. Em seu último suspiro, ela amaldiçoou a cidade, prometendo voltar como um espírito vingativo que perseguiria toda criança que a visse no escuro após perder o último dente de leite.
No dias atuais, o garoto, Michael Greene (Lee Cormie) sofre de insônia extrema, e afirma que existe uma entidade maligna que o observa à noite. Sua irmã Caitlin (Emma Caulfield), desesperada com a saúde do irmão caçula, vai procurar ajuda em Kyle Walsh (Chaney Kley), um antigo colega de escola, que sobreviveu a um encontro com a Fada do Dente na infância — noite em que a entidade assassinou sua mãe.
E não bastava crescer com a dor do luto, Kyle também foi muito ridicularizado por muitos da cidade, além de ser diagnosticado como esquizofrênico. Diante disso, ele foge da cidade, para lidar com seus traumas a sua maneira. Mas retorna alguns anos depois, para ajudar o irmão caçula de Caitlin, uma vez que ele sabe a verdade e conhece o modus operadi da Fada, que faz suas vítimas no escuro absoluto.
E apesar do filme ser carregado de alguns clichês do gênero, ele possui algumas metáforas interessantes. Uma delas é que a figura da Fada do Dente representa não apenas o medo do desconhecido, mas também a forma como a sociedade invalida experiências traumáticas, especialmente quando vividas por crianças.
Até porque Kyle é tratado como louco por adultos que não conseguem ver o perigo, refletindo a realidade de muitos que sofrem em silêncio de traumas incompreendidos, assim como transtornos de saúde mental.
E sabe o que é mais curioso? É que a história de Matilda Dixon é semelhante de outros vilões do horror, como Freddy Krueger — ambos foram vítimas de linchamento e retornam para se vingar. Mas com uma diferença: enquanto Freddy era um sádico em vida, Matilda foi uma vítima da injustiça, o que adiciona camadas bem mais trágicas em sua maldição. Né verdade?
Você já parou para pensar quantos mitos infantis escondem origens sombrias? E falando em Freddy… quem você acha que venceria esse embate? Confesso que não quero nem sonhar com isso e você?

4-Horror em AmityVille (2005) | Maldição de Endereço Fixo. Viu um Porão Esquisito? Tepa
O que você faria se a casa dos seus sonhos se transformasse no seu pior pesadelo — e ainda te empurrasse para ser a pior versão de si mesmo?
Em Horror em Amityville (2005) você vai revisitar uma das histórias de terror mais famosas do gênero e que tenta provar que um remake pode, sim, mergulhar em um estudo psicológico, mesmo dentro de uma narrativa sobrenatural — e o mais assustador: baseada em uma história real.
A trama acompanha George (Ryan Reynolds) e Kathy Lutz (Melissa George), que se mudam com os filhos para uma casa em Amityville, sem saber do passado sombrio que paira sobre o lugar: um ano antes, Ronald DeFeo Jr. assassinou toda a sua família ali mesmo. E, aos poucos, a casa começa a mostrar suas garras.
George é o primeiro a sentir os efeitos. Começa a ter visões bizarras, ouvir vozes e, pouco a pouco, se transforma. Sua personalidade muda, seu comportamento se torna agressivo… até que ele começa a agir como o próprio DeFeo. Enquanto isso, a filha Chelsea (Chloë Grace Moretz) faz amizade com uma “amiga imaginária” com um histórico nada inocente. A cada dia, a casa parece mais viva — manipulando todos à sua volta, até o cachorro, e transformando o sonho de uma nova vida em um verdadeiro pesadelo.
Não vou mentir: o filme não é revolucionário nem reinventa o gênero. Mas ele se torna interessante quando a gente percebe a metáfora por trás da possessão: um colapso mental. Afinal, George começa o filme como um pai carinhoso, mas depois vai perdendo o controle da própria mente, conforme os eventos sobrenaturais se intensificam.
E o mais curioso? A casa funciona quase como um catalisador aos seus impulsos violentos. É como se o terror real não estivesse nos fantasmas, mas na fragilidade da mente humana diante da pressão. A cena em que George vê seu reflexo desfigurado no espelho, enquanto ouve a voz sussurrando “Mate-os todos”, é um retrato nítido dessa luta entre identidade e loucura.
Apesar de boa parte da crítica ter considerado o filme genérico, o público fez dele um verdadeiro cult do terror dos anos 2000. E parte disso é mérito do próprio Ryan Reynolds, que surpreendeu todo mundo com uma performance intensa, indo do papel de pai protetor para um homem completamente possuído. Foi convincente e, sinceramente? Podia fazer mais filmes de terror assim.
Não é o melhor filme de todos os tempos, mas é uma experiência divertida e interessante. Vale a pena assistir e tirar suas próprias conclusões.

5 – Corrente do Mal (2014) | A Madição que Pega e Não Desapega!
Você já teve aquela sensação de estar sendo seguido por algo que não era humano? Mesmo sem você ver nada, bate aquele desconforto, como se alguém estivesse te observando de longe, esperando o momento certo pra te alcançar? É exatamente esse clima que Corrente do Mal (It Follows, 2014) cria uma tensão que gruda em sua mente.
O filme não quer apenas te apresentar uma entidade sobrenatural, mas ele quer te fazer pensar. Até porque o medo aqui não vem de um monstro tradicional, mas daquela ideia perturbadora de que algo invisível e inevitável está sempre à espreita, rondando suas escolhas. Aquele tipo de horror que não grita — mas sussurra, te deixando paranoico.
Tudo começa quando Jay Height (Maika Monroe), uma jovem de 19 anos, tem um date com um rapaz, Hugh (Jake Weary), quem nunca? Mas o que deveria ser um momento leve e divertido, se transforma em um pesadelo. Jay acorda amarrada em uma cadeira e descobre que foi amaldiçoada por uma entidade que irá persegui-la até a morte — a menos que ela “passe adiante” a maldição por meio de uma relação sexual.
E sabe o que é mais sinistro nisso tudo? É que a criatura pode assumir qualquer forma humana, inclusive de pessoas conhecidas. E apenas quem está amaldiçoado é consegue enxergá-la. Outro detalhe bizarro é que ela não corre — apenas caminha, lentamente, em sua direção. E quanto mais Jay foge, mais ela ganha tempo para tentar entender as regras dessa maldição, e descobrir se existe alguma forma de quebrá-las sem fazer novas vítimas.
Particularmente eu gosto de filmes que constroem o horror com o mínimo de efeitos (ou quase nenhum) e se apoiam em uma boa narrativa. E embora uma das interpretações mais populares seja a metáfora sobre ISTs (Infecções Sexualmente Transmissíveis) — com a ideia de que a única “proteção” seria evitar o contato ou passar a maldição adiante. Corrente do Mal se destaca por ser ambíguo.
A maldição em si não é exatamente moralista: ela não castiga o sexo em si, mas escancara o quanto o ato pode vir carregado de culpa, medo e vulnerabilidade emocional. É uma sensação que ninguém quer, mas que continua existindo porque vivemos numa estrutura que ainda trata o sexo como tabu. Reconhecer o prazer pode ser visto como errado, e ninguém parece saber como romper esse ciclo.
A verdade é que Corrente do Mal não quer te dar respostas prontas — ele quer te provocar com uma pergunta: por que você está fugindo e se culpando por coisas tão naturais? O que você faria para quebrar esse ciclo? Me conta por videochamada.

6-Arrasta-me Para o Inferno (2009) | Negou o Crédito, Ganhou Passagem pro Inferno
Você já pensou que uma decisão tomada em seu trabalho poderia te condenar eternamente ao inferno? Tipo… dizer um “não” para alguém que te pediu ajuda? A verdade é que Arrasta-me Para o Inferno (2009) joga o público de cabeça, em um pesadelo grotesco e cômico sobre culpa, julgamento e consequência de suas escolhas.
Esse é aquele tipo de filme que te faz rir de nervoso e se perguntar: “Será que eu teria feito diferente?”. E se você ficou na dúvida… talvez esse filme vá te cutucar bem onde dói.
A história gira em torno de Christine Brown (Alison Lohman), uma analista de crédito dedicada que está na disputa acirrada em uma promoção no banco onde trabalha. E para mostrar firmeza e impressionar o seu chefe, ela decide negar a extensão de um empréstimo à Sra. Ganush (Lorna Raver), uma senhora idosa com aparência assustadora e um jeito bem estranho.
E nem preciso dizer que a Sra. Ganush não leva o “não” numa boa. Né? Isso proque, logo após a recusa, Christine é atacada no estacionamento e amaldiçoada com um destino sombrio: durante três dias, ela será atormentada por visões e aparições bizarras pelo espírito demoníaco Lamia, até ser (literalmente) arrastada para o inferno. Desesperada, Christine tenta de tudo para se livrar da maldição. Inclusive, ela tenta devolver o botão amaldiçoado que deu início a tudo — mas, como você pode imaginar… nada sai como ela esperava.
E é aqui que o filme mergulha mais fundo. Apesar de Lamia ser um demônio, ele também funciona como uma metáfora mais intima e real: julgamento e vergonha. E tudo aquilo que Christine tenta esconder — a culpa, o medo de não ser “boa o suficiente”, o desejo de subir na carreira a qualquer custo — volta na forma de um terror escancarado.
Assim, o Lamia se torna aquela voz interna que aparece no silêncio da noite, lembrando que você vacilou feio. E sabe o que é mais assustador? Ele não quer apenas punir você… mas te expor sem dó e piedade. E quanto mais Christine tenta escapar, mais você percebe que o verdadeiro inferno pode estar dentro dela mesma.
Apesar de uns absurdos engraçados, eu me diverti com Arrasta-me Para o Inferno (2009). A verdade é que no fim das contas, o filme deixa um questionamento ecoando em sua cabeça: será que, em algum momento da vida, você também já “negou um empréstimo a uma Sra. Ganush”? E se o julgamento batesse em sua porta agora… você estaria pronto para encarar as consequências? Fica por sua conta e risco…. e me responda assim que puder.

7-Fale Comigo (2022) | Só queria Brincar… Agora a Maldição não quer mais Soltar!
Você teria coragem de segurar uma mão embalsamada por 90 segundos? Parece uma pergunta boba à primeira vista — afinal, é só uma mão, né? Mas e se ela te conectasse diretamente com pessoas que já se foram? Você toparia levar um tapa de luva de espírito só por curiosidade? Cuidado: toda escolha tem uma consequência… e nem sempre você pode voltar atrás.
Em Fale Comigo (2022), acompanhamos Mia (Sophie Wilde), uma adolescente lidando com o luto pela morte da mãe. Junto de seus amigos Jade (Alexandra Jensen), Daniel (Otis Dhanji) e o pequeno Riley (Joe Bird), ela descobre uma “brincadeira” macabra envolvendo uma mão embalsamada.
A regra é simples: você segura a mão, diz “Fale Comigo” e é possuído por um espírito por até 90 segundos. Passou disso? As consequências podem ser irreversíveis. O problema é que o jogo vicia. E quando Riley tenta o ritual, tudo sai do controle, mergulhando o grupo num caos cheio de culpa, medo e desespero.
O que começa como um desafio estilo TikTok sobrenatural logo revela algo muito mais profundo: uma metáfora poderosa sobre vício e escapismo. A tal mão funciona como uma droga. Os adolescentes ficam viciados na sensação, na adrenalina, naquele contato com algo além da realidade.
Especialmente Mia, que vê na experiência uma chance de se reconectar com a mãe — ou, pelo menos, com quem ela acredita que seja sua mãe. O desejo de fugir da dor vira um ritual. E, como todo vício, começa leve… até te engolir por completo.
No fim, fica a pergunta: o que você está tentando anestesiar ao mergulha de cabeça em algo perigoso? O que você quer sentir de verdade? Será que você também não está segurando sua própria “mão embalsamada” toda vez que foge da realidade e não encarar o que realmente te incomoda? Fica aqui o alerta, e o arrepio…

Bônus: Um Lobisomem Americano em Londres (1981) | Era só um Mochilão na Gringa, Deu Ruim!
E se você descobrisse que existe algo dentro de você capaz de ferir quem você ama? Algo incontrolável que, quando menos espera, te transforma em outra pessoa, guiada por impulsos e que você não reconhece. O que você faria?
É exatamente esse medo de perder o controle de si mesmo que o filme Um Lobisomem Americano em Londres (1981) discute através da alegoria de monstros e sangue. E talvez seja por isso que, mais de 40 anos depois, ele ainda dá aquele certo frio na espinha. Será que você entenderia o verdadeiro significado desses uivos?
E tudo começa com dois amigos norte-americanos, David Kessler (David Naughton) e Jack Goodman (Griffin Dunne), fazendo um mochilão pelo interior da Inglaterra. Depois de tanto planejarem a viagem, finalmente estavam curtindo a aventura. Mas, em uma noite de lua cheia, os dois são atacados por uma criatura misteriosa.
Infelizmente Jack não resistiu, apenas David sobrevive, mas se sentindo estranho e tendo algumas visões perturbadoras. Inclusive, uma delas é com o próprio amigo Jack, que aparece todo mutilado para avisar que David foi mordido por um lobisomem e está amaldiçoado. No começo ele não acredita, claro. Mas não demora muito a perceber que a maldição é real. E nas noites de lua cheia… ele se transforma em um monstro assassino…
Mas enquanto tenta lidar com esse fardo, David se envolve com a enfermeira Alex (Jenny Agutter), que se mostra disposta a ajudá-lo a entender o que está acontecendo e, quem sabe, encontrar uma cura. Infelizmente, seu destino já está traçado. — e vou dar um Spoiler: não termina nada bem…) E o mais assustador nem é a transformação física — que, diga-se de passagem, é uma das mais icônicas do cinema —, mas o que ela representa: a mente como prisão.
Afinal, David sabe que tem algo errado dentro dele, mas ninguém escuta seu pedido de ajuda e nem acreditam em seus sonhos, visões e vozes. E a cada nova vítima que surge, a sua culpa cresce cada vez mais. Todas elas se materializam do jeito que morreram, exigindo uma atitude — como se o trauma, a dor e o remorso ganhassem corpo.
É quando ele entende que não tem como fugir, e que se tornou um perigo para todos, só restando uma escolha: o fim. Pesado, né? Mas real…
No fim das contas, ao mesmo tempo que Um Lobisomem Americano em Londres (1981) é um ótimo filme de terror, ele também é um pouco triste. Porque você percebe que David além da culpa de perder o melhor amigo, estava travando uma batalha dentro de si, e ninguém conseguia ajudá-lo. E aí fica a pergunta: será que o verdadeiro terror é virar um monstro… ou encarar o que você já carrega dentro de si? Deixo com você.

Ufa! Você viu como filmes sobre maldição nem sempre são para dar sustos ou ficar paranoico, mas revelam alguns medos que fingimos não ter? E aqui você pode ver que quando a maldição entra em cena a presença de um espírito ou um ritual antigo é o menor de seus problemas. Ás vezes é sobre culpa, trauma, luto, ou até mesmo o preço de ignorar sinais.
E aí eu te pergunto: Será que você sairia ileso de uma maldição dessas ou já estaria mandando áudio chorando no grupo da família? Seja como for, cada um desses filmes mostra que não dá para você escapar do foi selado. E às vezes, o verdadeiro terror é perceber que o problema não é a maldição… mas o mundo real mesmo.
Então prepara a pipoca, o seu cobertor e o livrinho de orações (claro), porque nessa maratona, só Deus sabe o que pode sair da tela… né verdade?
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Até o próximo post 😉