Slasher pode até perder pela construção de seus personagens, mas prende pela jornada do carrasco.

A primeira temporada de Slasher: The Executioner (2016) trás a tradicional jornada de investigação do seu assassino e por que ele está fazendo isso. Inclusive, essa é uma fórmula tão antiga, que sempre vai chamar sua atenção. Até mesmo, quando a construção dos personagens deixa a desejar… que foi o que aconteceu nessa primeira temporada.

Sabe aquela sensação que os protagonistas estão empurrando a série com a barriga? Pois é… eu tive isso em Slasher: The Executioner. Mas como sou um grande fã do subgênero, eu procurei focar em outros detalhes da produção. Até porque, eu levo em conta a experiência do usuário.

Ou seja, eu sempre procuro assistir um filme ou uma série com a mente aberta, livre de preconceitos. Senão, eu vou ser aquele coleguinha chato do grupo, que está esperando só um deslize para apontar o dedo. Né verdade? E quando você foca em encontrar defeitos, você acaba perdendo detalhes e Easter Eggs que otimizam sua experiência.

E posso dizer que Slasher: The Executioner entregou um clima tenso visualmente, com suas ruas desertas, em cenários nortunos, que é quando o carrasco aterroriza e persegue suas vítimas. Causando assim, aquela sensação de insegurança e que algo vai acontecer.

Inclusive, muitas dessas cenas tem fortes referências dos slashers da década de 80 e 90, com seus maníacos mascarados como Jason Voorhes, Michael Myers e GhostFace, entre outros ícones da cultura pop que deixou um legado que bebe dessa fonte.

Bom, chega de enrolação e vamos a nossa análise da temporada, pois esse é nosso objetivo. #Partiu

Slasher: The Executioner | Um Medo Chamado “O Carrasco”

(Sarah sendo surpreendeida pelo Carrasco – Referência a Scream, 1996)

Bem tudo começa quando Sarah Bennett (Katie McGrath) volta à cidade onde nasceu, em Waterbury, e vai morar em sua antiga casa, onde aconteceu um crime brutal, em que seus pais foram assassinados por um homem vestido de “carrasco”, na noite de Halloween de 1988. (Michael Myers corre aqui!).

Esse crime chocou a todos, pois na época que aconteceu , Sarah estava dentro da barriga de sua mãe. E após seus pais serem executados, o assassino Tom Winstom (David Patrick Flemming) realizou uma cesária sádica na mãe Sarah, e depois ficou ninando o bebê até a chegada dos policiais. E o curioso é que ele nem sequer reagiu em sua prisão.

E interessante que a série utiliza a mesma fórmula usada em Halloween: A Noite do Terror (1978), por John Carpenter, que é a descrição dos detalhes, sem mostrar as imagens. Se você assistiu o filme, vai lembrar da cena em que Dr. Loomis entra na casa de Michael Myers com o xerife e comenta sobre o estado de um animal morto. Você reparou nisso?

(Sarah fugindo do Carrasco – Referência a Halloween: Noite do Terror, 1978)

Mas como todo slasher que se preze, a palavra paz não existe em seu vocabulário… Foi só Sarah pisar em Waterbury que carrasco retorna , com uma nova onda de assassinatos… Só que com um pequeno detalhe, Tom Winstom (agora com Patrick Garrow) continua preso.

E Sarah como toda protagonista desse rolê, o que faz? Isso mesmo, vai querer desvendar esse mistério. Até porque o assassino está copiando seu estilo de assassinato, que é baseado nos sete pecados capitais como:

  • A Ira: desmembrado vivo
  • A Gula: forçado a comer ratos, sapos e cobras (veneno de rato)
  • A Preguiça: jogado num poço de cobras
  • A Luxúria: queimado em fogo ou enxofre
  • A Avareza: imerso em caldeirão de óleo fervendo
  • A Inveja: afogamento em água congelante
  • O orgulho: quebrado na roda

Foi só eu ou todo mundo lembrou do Modus Operandi do filme Seven (1995) com Brad Pitty?

(O Carrasco aplicando um de seus castigos)

Mas Tom Winston faz um alerta, ele afirma que o “Carrasco” está limpando Waterbury, aplicando os castigos da era medieval, a partir da condenação dos segredos comprometedores das vítimas. E que qualquer um seria o alvo.

E como de praxe nos slashers, sempre tem aquele repórter querendo fama a qualquer custo, nem que seja com a desgraça alheia. E se esse repórter for seu marido? Será que corre o risco de você virar a isca para garantir a meteria do seculo? Hummm…

É Melhor deixar que Sarah conta para gente, afinal ela é casada com Dylan (Brandon Jay McLaren). Inclusive, ele foi recém contratado no jornal da cidade, e viu uma oportunidade em ficar famoso, com tudo que está acontecendo, além de ser casado com o alvo principal. Então por que não investigar de forma clandestina todos os crimes? Casamento saudável para quê né?

E essa corrida para desvendar quem é o carrasco é acirrada, pois a chefe de Dylan, Alison Sutherland (Mayko Nguyen), também entrou na disputa, e não quer perder essa oportunidade. Será que vale tudo pelo sucesso? Você teria coragem de ficar cara a cara com o carrasco, só para ter a matéria do século?

Alguém avisa Alison que a vida é feita de escolhas, e toda escolha tem suas consequências? É Choices que se diz né?

Slasher: The Executioner | Por Que Assistir essa Temporada?

(Alison cara a cara com o carrasco)

Como falei no início do post, a série resgata aquela pegada do Slasher que estávamos acostumados a ver em Pânico (1996), Sexta-Feira 13 e Halloween(1978). Além disso, outro destaque da temporada, é a citação de alguns assassinos reais e do cinema como: Charles Manson (líder de uma seita assassina), John Wayne Gacy (Palhaço Assassino), Norman Bates (Psicose, 1960), entre outros. Sendo que, estes Seriais Killers são mencionados para fazer um estudo do perfil do “Carrasco”.

Outro ponto alto da temporada, é a entrevista de Alison Sutherland (Mayko Nguyen) com o “Carrasco”. Por mais que ela seja sem noção (a repórter) ela é envolvente. Afinal, combinaram um cenário claustrofóbico com o movimento circular da câmera. Onde o carrasco brinca com a tensão da repórter e de quem está assistindo. Confesso que fiquei tenso nessa cena.

Um Quebra-Cabeça Conhecido, Porém Interessante

Como todo fã raiz, tiramos aquilo que vale à pena, e desconsideramos os deslizes – apesar de absurdos que sejam…. E se for pensar, sem eles não teríamos Slasher não é verdade?

Agora falando das atuações meia-boca… surgiu a seguinte dúvida: será que foi proposital?

Porque se a proposta era resgatar o subgênero, então talvez tenha cumprido com o seu papel (pelo menos eu quero acreditar nisso). Afinal, os ícones do Slasher focavam na experiência do usuário e no plot twist das final girls. Mas como fã confesso que ela merecia um pouco mais consideração… Diferente da segunda temporada – Slahser: Guilty Party, em que a gente percebe essa dedicação. Mas isso é assunto para o próximo post.

Antes de finalizar precisamos falar sobre Tom Winston…

Confesso que no início eu o achei tranquilo demais, que me passou a sensação de que não correspondia ao perfil de um assassino brutal. Mas conforme a série foi avançando e desvendando seus mistérios, descobri que era tudo proposital. Afinal, se for pesquisar sobre o perfil de Charles Manson, há relatos que ele agia da mesma forma. Sinistro né?

(Patrick Garrow é Tom Winstom mais velho)

Apesar de Slasher: The Executioner focar no Modus Operandi do carrasco e na atmosfera sombria, vale lembrar que a proposta do Questão “D” é analisar a mensagem principal da estória. E aqui tivemos dois temas:

  • Os Monstros do passado (traumas) que precisam ser exorcizados para se ter paz – e Sarah é o principal arquétipo, quando precisa lidar com seu passado e ressignificar tudo isso.
  • Culpa: aqui o carrasco é o seu principal arquétipo, mostrando que enquanto a culpa não for resolvida, ela vai persegui-lo e destrui-lo de forma impiedosa.

Ah uma curiosidade…

Você sabia que Aaron Martin, o produtor da série, se inspirou em American Horror Story para fazer o Slasher?

Ele achou interessante o formato de antologia (cada temporada ser uma história) e as referências ao universo do terror que Ryan Murphy deu a série, que resolveu produzir uma focada no subgênero slasher.

Uma outra curiosidade é que sua primeira temporada foi produzida pelo Canal Chiller, um canal fechado nos EUA, mas ele fechou portas em 2017, não restando outra alternativa, o jeito foi cancelar Slasher

Mas como a série entrou no catálogo da Netflix, ela não pensou duas vezes, e comprou os direitos autorais, e prometeu produzir temporadas dignas do subgênero. E foi o que vimos na segunda e terceira temporada. Que por sinal foram boas e fizeram jus ao nome. Muito que bem, os fãs agradecem!

E você Já assistiu Slasher: The Executioner? Que tal aproveitar o Halloween e maratoná-la. Afinal, são oito episódios.

Depois volte aqui e deixe seu comentário, e conte como foi sua experiência com a primeira temporada.

Compartilhe este post com aquele seu amigo que é fã do terror e subgênero Slasher.

Até o próximo post 😉

Salve este artigo no pinterest e fortaleça a nossa comunidade de cultura pop!

Ficha Técnica:

Título Original: Slasher: The Executioner
Gênero: Suspense, Terror
Criado por: Aaron Martin
Elenco: Katie McGrath, Brando Jay McLaren, Steve Byers, Dean McDermott, Patrick Garrow
Episódios: 08
Canal de TV: Chiller
Pais: Canadá, EUA
Ano: 2016

Trailer

Compartilhe:

Picture of Dandy Souza

Dandy Souza

Web Designer e Videomaker. Sou um caçador de "easter eggs"e ativista da cultura pop. Criei o "Questão D" para mostrar que sci-fi, terror e o suspense são gêneros que além de entreter, têm um papel social interessante e fora da curva.Seja bem-vindes, porque o Questão D tá On!
plugins premium WordPress