Será que Alien: Covenant (2017) é um reboot da franquia Alien? O que Ridley Scott quer nos dizer com esse filme? Descubra agora.

Alien: Covenant (2017) é a prova que é preciso ter ousadia suficiente, para causar polêmica com seu fandom. Até porque 75% de seus integrantes são bastante conservadores e não tem papas na língua, na hora de se manifestar na internet. E foi isso que aconteceu em Alien: Covenant (2017).

Inclusive, no post anterior, você conferiu a primeira parte da treta entre Ridley Scott e os Fandom de Alien. Além disso, viu os resumos com spoilers ,de Prometheus (2012) e de Alien: O 8º Passageiro (1979) – para entender sua estrutura dentro do Universo Alien.

Caso você não tenha lido, clique aqui.

E agora, nesta segunda parte, vamos analisar os detalhes de Alien: Covenant (2017). E em seguida comprovar se realmente ele fugiu do contexto original de alien. Vale lembrar que Ridley Scott declarou em entrevista que:

Alien: Covenant será uma continuação de Prometheus, mas estará diretamente ligado ao Alien: O 8º Passageiro.

Scott, Ridley (Diretor e Produtor de Cinema)

Hummm… será? A verdade é que a polêmica foi lançada e daqui a pouco a gente vai falar sobre isso. Mas antes, vamos de um pouco de estória. Até porque, toda análise depende de detalhes. Não é verdade?

Então vem comigo, que vai começar mais um Questão “D” de Análise. #Partiu

Carmen Ejogo e Amy Seimetz presas no Lander com Alien | Alien: Covenant | Questão D
(Carmen Ejogo e Amy Seimetz | Alien: Covenant)

Alien: Covenant (2017) | Resumo

1 – Prólogo

O filme começa com Peter Weyland (Guy Pearce) testando seu novo brinquedinho, David (Michael Fassbender) – o andróide de Prometheus (2012). Este é o primeiro encontro entre criador e criatura, recheado de questionamentos que perpetuam a humanidade até hoje como: de onde nós viemos? Quem criou você?

O fascínio de Peter é tão grande, que ele não esconde a satisfação de ser o criador de uma inteligência artificial, semelhante ao homem. Afinal, só uma inteligência superior é capaz de criar uma outra com tanta perfeição. Diante disso, ele descarta a ideia de que o homem é resultado da obra do acaso.

E apesar de David possuir habilidades humanas, suas ações são baseadas em conhecimentos superficiais e sem valores morais e éticos – ou seja, só o racional é aceito. E a prova disso é quando ele afirma a Peter que ele “está diante de seu criador e não vai morrer”, ao contrário dele que não conhece, e vai morrer. Jantou bonito o magnata, não é mesmo?

E essa prólogo é importante por dois motivos. Primeiro, debater a falsa sensação de que a inteligência é um certificado de superioridade. Até porque, o avanço tecnológico é um benefício em prol do coletivo, e não um simbolo de superioridade, arrogância e desigualdade.

Inclusive, você lembra que em Prometheus (2012) Peter conheceu seu criador?

Não foi à toa que ele investiu pesado para ficar frente a frente com o criador da raça humana, os Engenheiros. Mas como toda escolha tem sua consequência, Peter pagou caro, ao ser morto por seu criador, em LV- 223. Isso porque segundo Elizabeth Shaw (Noomi Rapace):

Às vezes, para criar, primeiro precisamos destruir

Shaw, Elizabeth (Prometheus, 2012)

Por isso, o momento em que Peter Weyland fica sem resposta a pergunta de David, é o encerramento do primeiro ato, que foi aberto em Prometheus. Agora só resta saber quem irá destruir David, uma vez que seu criador morreu na sua frente…

Guy Pearce e Michael Fassbender | O prólogo entre criador e criatura | Questão D
(Guy Pearce e Michael Fassbender | Alien:Covenant)

2 – A Nave Covenant e Sua Missão

Dez anos se passaram e com ele o sonho do homem colonizar outro planeta se realiza – pelo menos na ficção. E para isso, a nave Covenant está transportando 2.000 colonos e 1.114 óvulos, até o planeta Origae-6.

A nave é comandada por 14 tripulantes e um androide, Walter. Como o tempo de viagem é de 07 anos, todos estão mantidos em capsulas de hiperssono, e só irão despertar quando estiverem próximo de posarem, ou por alguma emergência.

E foi exatamente isso que aconteceu, uma emergência. Após uma explosão de neutrinos, a nave sofreu algumas danificações. Com isso, os tripulantes precisaram ser acordados. Exceto o capitão Branson (James franco), que devidos problemas em sua capsula, morreu carbonizado…

E diante de tal fatalidade, Christopher Oram (Billy Crudup), é quem assume o posto de capitão. Mas devido sua postura autoritária e conservadora, é um prato cheio para a resistência dos demais tripulantes – uma vez que Branson gostava de escutar a todos, antes de decidir algo.

Inclusive, surge aqui um debate sobre posturas éticas em cargos de autoridade. Uma vez que Chris usa seu cargo para atender seus caprichos, mesmo quebrando os protocolos éticos e científicos. Será que na vida real é diferente?

Então os reparos de Covenant são iniciados. E durante a manutenção um sinal é captado, direto de um planeta que estava na meio da rota – o Planeta 4. Que para surpresa de todos, ele possui características semelhantes ao da terra. Logo, surgiu o interesse de encurtarem o caminho, e jogarem a missão Origae-6 para o espaço – literalmente. A maturidade e profissionalismo mandaram lembranças aqui… vou te contar!

Como Origae-6 foi estudado por 10 anos e qualquer mudança de rota quebraria o protocolo científico, a especialista em terraformação, Daniels (Katherine Waterston), não concorda e reforça a importância de continuarem com a missão. Mas Christopher nem não dá ouvidos a ele, e ainda faz questão de lembra-la quem é que está no comando…

Lembra que Christopher estava incomodado porque os demais tripulantes não o estavam respeitando? Pois é, agora ele acha que desviar a rota, seria a chance de ser visto com um líder… Tsc, tsc, tsc…

Pelo visto a avaliação psicológica da Weyland-Yutani Corp é meia-boca. Porque colocar uma alguém com uma mente infantil dessa… não precisa nem de bola de cristal para saber que isso vai dar ruim né…?Mas fazer o que né? Manda quem pode, obedece quem tem juízo. Aff…

Katherine Waterston e Billy Crudup | E o conflito de ideais entre os tripulantes | Alien: Covenant | Questão D
(Katherine Waterston e Billy Crudup | E o conflito de ideais entre os tripulantes)

3 – A Chegada no Planeta 4

E depois de todos argumentos ignorados, uma equipe é enviada até o Planeta 4. Desde saída de Covenant até o destino final, a tripulação enfrentou uma tempestade de plasma, danificando a estrutura do Lander. Logo, o transporte ficaria em manutenção, enquanto o local era explorado…

Devido a atmosfera semelhante ao da terra, os tripulantes decidiram não usar os equipamentos de segurança. O que é um erro gravíssimo. Pois além de quebrar as Normas de Segurança, ele não deixa de ser um planeta desconhecido, com suas particularidades.

E um exemplo disso, é uma espécie de ovos localizado no chão, que solta um pólen escuro no ar. E entra na corrente sanguínea pelas vias aéreas, e infecta o sistema imunológico de forma rápida.

E o mais bizarro, é que dois tripulantes infectados começam a passar mal, em poucos minutos. Isso porque o pólen se transformou em um hospedeiro e em seguida um Backhugger (estoura costas) e finalmente um Neomorfo (uma espécie de Xenormorfo albino).

Após sair dos tripulantes infectados, os outros começaram a ser atacados, e todas as tentativas de defesa falham. Ao ponto de perderem o controle e o Lander explodir…

E quando estavam prestes a virarem comida de alien, David chega a tempo e salva suas vidas.

Explosão do Lander no Planeta 4 | Questão D
(Explosão do Lander no Planeta 4 | Alien:Covenant)

4 – David e os Engenheiros

Agora sem transporte e sem comunicação, os tripulantes precisam encontrar uma meio sair dali… Então não tinha outra alternativa, senão seguir as ordens de David. Inclusive você percebeu que apesar do homem ser o criador dos androides, não são eles que recebem as ordens?

Você deve está se perguntando: Mas Dandy, como uma máquina vai dominar um ser humano? Isso é loucura…

Eu concordo com você, mas… você lembra quando Daniels perguntou por que Walter se comporta como um humano (comendo, dormindo, entre outros)? E ele responde: para vocês se sentirem à vontade.

Logo, os androides podem influenciar outros humanos, devido repetirem comportamentos aceitáveis de um determinado grupo.

Diante disso, fica claro a estratégia de David ao ajudá-los – ganhar a confiança deles, enquanto estão abalados emocionalmente.

Por isso, o androide leva eles até uma acrópole. E revela toda a verdade sobre o Planeta 4. É então que descobrem que estão no antigo planeta dos Engenheiros.

E além disso, descobrem que David e Dra Shaw, foram responsáveis por dizimarem a civilização e alterar o ecossistema, após despejarem o oléo orgânico escuro.

Confesso que mesmo gostando de saber que Dra Shaw concluiu sua missão, a cena foi um banho de água fria. Pois esperava mais detalhes sobre dos engenheiros. Afinal, sabemos muito pouco deles… Será que um dia esse mistério vai ser revelado? Só nos resta esperar…

David despejando o óleo orgânico no Planeta dos  Engenheiros | Alien: Covenant | Questão D
(David despejando o óleo orgânico no Planeta dos  Engenheiros)

5 – Eu Não Fui Feito Para Servir

É notório que ninguém conseguiu engolir a semelhança entre David e Walter (Michael Fassbender). Afinal, o androide que salvou suas vidas, é um dispositivo misterioso e com diferentes habilidades. Enquanto David demonstra uma certa autonomia e domina estratégias de manipulação, Walter foi criado para servir 100%.

E você reparou como o diálogo entre eles é carregado de conceitos e citações filosóficas e científicas? Isso porque, David está avaliando o sistema de dados e procurando falhas em Walter. Afinal, ele quer dar continuidade nas experiências dos engenheiros. Inclusive, a cena da flauta tem um grande papel nesse momento – mas vamos falar dela mais adiante.

Após descobrir como desativar Walter, David dá inicio ao seu plano insano, transformar os sobreviventes de Covenant em suas cobaias. Assim, a acrópole se transforma em uma gaiola de Alien, com a entrada do Neomorfo, que fez sua primeira vítima. Mas o capitão Christopher sem contar conversa, tratou de exterminar a criatura.

Vale lembrar que antes disso, David estava enaltecendo a criatura,

Como David não conseguiu impedi-lo de destruir o alien, ele leva Chris até uma câmara cheia de ovos de facehugger – do jeito que sempre conhecemos. Sem saber que eles se abrem com a presença do calor humano, por um ato ingenuidade, ele se aproxima e é atacado. Assim, horas depois, um chestbuster sai de dentro dele, e inicia o processo evolutivo – que estamos acostumados a ver. Dando origem ao primeiro Xenomorfo, do universo Alien.

Você reparou que a morte de Christopher representa um comportamento comum em nosso cotidiano? Daquele coleguinha que vive contestando os argumentos científicos baseados em estudos comprovados e acaba se dando mal… Afinal, desde começo ele foi alertado do perigo, mas como queria mostrar autoridade, optou pelo caminho da teimosia… e agora nem ficou para contar história. Será que valeu à pena pagar com a vida?

Diferente dos demais tripulantes, Daniels é sempre foi cética com tudo. Como ela não engoliu as historinhas de David, que foi atrás da verdade. É então que ela descobre que dra. Shaw foi morta por ele, e agora ela seria sua próxima vítima. Só que Walter chega a tempo e Daniels consegue escapar, dando inicio a uma briga de Titãs.

Isso porque Walter tem a capacidade de se autorregenerar, diferente de David que precisou ser reconstituído por Elizabeth Shaw – comprovando assim, sua dependência pelos humanos. Fator esse que o motiva a infectar os humanos e querer ficar 100% no controle…

Bem, enquanto rola uma briga de titãs, Daniels e Lope (Demien Bichir) precisam correr contra o tempo para salvarem suas vidas. Antes da tripualção ser vítima do Alien, eles conseguiram avisar a tripulação de Covenant, para o resgatarem.

Afinal, esse era o objetivo de David, avisar a Covenant sobre o resgate, eliminar a todos, para assumir a missão. Para concluir suas experiências em Origae-6.

O primeiro Xenomorfo atacando sem piedade | Alien: Covenant | Questão D
(O primeiro Xenomorfo atacando sem piedade | Alien: Covenant)

6 – E Quando Você Pensa que Não Podia Ficar Pior..

Após Covenant receber o chamado de socorro, Tenesse (Dany McBride) vai sozinho até o Planeta 4, em uma nave transporte de carga. O que ele não sabia é que esse seria o resgate mais difícil de sua vida… Pois assim que Daniels, Lope e Walter entraram à bordo, o Xenomorfo tenta derrubá-los de todas as formas… E depois de várias tentativas, finalmente conseguem eliminar o Alien.

Agora de volta a Covenant, chegou a hora de cuidarem de seus ferimentos para retomarem a missão Origae-6. Assim, Daniels vai até a unidade médica para verificar o estado de saúde de Lope. E quando você pensa que não podia ficar pior… ela encontra o corpo de seu colega com o peito estourado. Logo, precisam correr contra o tempo para eliminar o Alien, antes que coloque em risco os colonos e os embriões.

Como não deu tempo para avisar os demais tripulantes, dois deles foram atacados pela criatura, enquanto estavam tomando banho – Ricks (Jussie Smollet) e Upworth (Callie Hernandez). Com isso, o trabalho pesado ficou para Daniels e Tenessse, que depois de uma caçada tensa na aeronave, conseguem encurralar e ejetar o Alien para o espaço.

E depois de viverem um terror no espaço, Covenant volta a sua missão original, agora com sua tripulação reduzida – dois tripulantes e um androide. E conforme o procedimento, Daniels e Tenessse devem retomar seu hipersono e Walter com a supervisão da espaço nave.

Daniels, agora capitã, sempre teve uma relação próxima com Walter. E antes de entrar em sua cápsula, ela pergunta se ele ainda ajudaria a construir sua casa em Origae-6. Ao ver que ele ficou sem resposta., a capitã descobre que está diante de David – que cortou sua mão e fez uma cicatriz no rosto para assumir o lugar de seu sósia… Como sua capsula já tinha sido ativada, não deu tempo de Daniels resistir.

E depois de muita luta, o androide David está no controle de Covenant, e agora vai poder continuar com suas experiências insanas. Com isso, ele vai até a a baia onde estão os colonos em hipersono e coloca um embrião de facehugger junto com os humanos. O que dá entender que Oriagae-6 será o próximo foco da franquia de Alien… Ou seja, To be Continued.

Katherine Waterston e a clássica perseguição no espaço em Covenant | Questão D
(Katherine Waterston e a clássica perseguição no espaço)

Alien: Covenant (2017) | Analisando o Universo de Alien

E depois que você viu todos os detalhes Alien: Covenant, chegou a hora da gente analisar e entender qual o verdadeiro objetivo de Ridley Scott, dentro do Universo de Alien

E você lembra que no inicio do post, mencionei uma declaração de Ridley Scott sobre Covenant? Então, vamos dividi-la em duas partes para entende-la melhor.

E a primeira delas foi:

Alien: Covenant será uma continuação de Prometheus.

Scott, Ridley (Diretor e Produtor)

Sim, de fato isso aconteceu. Em Covenant descobrimos tudo sobre a chegada de Elizabeth Shaw e David, ao Planeta 4, e que ali era o planeta dos Engenheiros – os criadores dos homem.

Além de impedirem que o Planeta Terra fosse destruído, os dois conseguiram dizimar a raça criadora da humanidade e alteraram seu ecossistema – ao despejarem o óleo orgânico escuro.

Vale lembrar que o diálogo entre Peter e David, no prólogo do filme, é um gatilho para você entender que o fascínio do androide pela criação, sempre esteve presente em sua configuração – desde fase de avaliação de seu sistema.

Além disso, Covenant debate a questão da inteligência artificial ter o poder de manipular o ser humano.

Inclusive falei sobre isso no tópico David e os Engenheiros, quando mencionei que aparência física e a repetição de comportamentos éticos e aceitáveis, eram essenciais para influenciarem os tripulantes – principalmente quando estavam abalados psicologicamente e emocionalmente.

Entrada da Acrópole no Planeta 4 | Alien: Covenant | Questão D
(Entrada da Acrópole no Planeta 4 | Alien: Covenant)

Você lembra que no resumo do filme, mencionei como os tripulantes tentavam justificar seu emocional com conceitos racionais? Pois é, David aprendeu que falando o que eles queriam ouvir, sempre teria vantagens sobre eles. Você percebeu isso também?

E continuando com a análise da frase do diretor, a segunda parte dizia:

Mas estará ligada diretamente ao Alien: O 8º Passageiro

(Scott, Ridley (Diretor e Produtor)

Sim, isso também aconteceu. Além de estar dentro da linha do tempo, tivemos várias referências e conexões de Alien: O 8º Passageiro (1979), espalhados em Covenant. Veja alguma delas:

1 – Referências em Alien: Covenant

  • Controlador da espaçonave (Mãe): assim como em Nostromos, na obra original de 1979, em Covenant o controlador também se chamava mãe. Inclusive há boatos de que a voz é de Sigourney Weaver – nossa final girl Ripley. O que não foi confirmado pela produção.
  • Sinal desconhecido no espaço: aconteceu do mesmo jeito que em 1979. A tripulação recebe um sinal desconhecido, interrompe a missão, vai verificar o chamado e tudo começa a dar errado. Logo, o procedimento de investigar todo sinal de vida presente no espaço, é um protocolo da Weyland-Yutani Corp – idealizado por seu criador Peter Weylando, para encontrar os Engenheiros.
  • Normas de Segurança Ignorados: não tem como passar pano aqui. Porque foi uma sequência de erros e negligências, que poderiam evitar esse massacre espacial. Enquanto em Alien: O 8º Passageiro, os tripulantes descumprem a quarentena, em Covenant eles dispensam o equipamentos de segurança. Um outro erro, foi a tripulação responsável ser formada por casais. Isso é um tiro no pé, pois o pessoal vai interferir o profissional – não adianta. O exemplo disso é Tenessse querendo aterrissar com a espaçonave da missão no Planeta 4 e Lope quase beijando seu companheiro morto e infectado… Por mais treinados que sejam, o ser humano age por emoções.
  • A Obsessão do Androide pelo Xenomorfo: assim como em 1979, em que Ash (Iam Holm) transformou os tripulantes em presas do Alien, em Covenant tivemos David com esse mesmo fascínio. Sendo assim, a franquia debate sobre o desvio de conduta ética praticado pelo ser humano e pela inteligência artificial, ambos com ausência de caráter. Por isso, observe Peter Weyland (criador) e seus androides (criaturas).
  • A Perseguição no Espaço: enquanto em Alien (1979) a perseguição foi o carro chefe do filme, em Covenant aconteceu apenas 15 minutos finais. E apesar de rápida, ela resgatou o clima tenso e claustrofóbico nos corredores da espaçonave, e de jogar a criatura no espaço.
Katherine Waterston durante a explosão do Lander no Planeta 4 | Questão D
(Katherine Waterston durante a explosão do Lander no Planeta 4)

2 – Conexões de Alien: Covenant

Não tem como negar que a principal conexão é a aparição do Facehugger e Xenomorfo que conhecemos.

E apesar de muitos acharem que David é o criador, não foi bem isso que aconteceu. Até porque se puxar na memória, em Prometheus (2012) vimos uma criatura semelhante ao atual facehugger – que foi retirado de dentro da dra. Shaw, que lembrava um povo. E que após atacar o Engenheiro, o seu hospedeiro saiu de dentro dele na forma de um proto-alien.

Logo, observamos que ambos possuem estágios semelhantes, e que sua origem vem do óleo orgânico escuro.

Sendo assim, os verdadeiros criadores do Alien são os Engenheiros. Mas como sua raça foi dizimada, David apenas deu continuidade aos experimentos.

Inclusive, você lembra que na Acrópole tinham vários registros de experiências que o androide estava reproduzindo? Ou seja, David nunca será um criador, pois sempre dependerá de uma inteligência natural. Então ele que lute!

Ridlley Scott e Katherine Waterston | Backstage de Alien:Covenant | Questão D
(Ridlley Scott e Katherine Waterston | Backstage de Alien:Covenant)

Alien: Covenant (2017) | Ridley Scott cumpriu com o que Prometheus?

Apesar de ser um assunto delicado, e a maioria do fandom ser conservador, a reposta é sim, ele cumpriu com o que prometeu.

É eu sei que muitos não gostam de mudanças, principalmente de uma franquia tão consagrada. Logo, os fãs também tem o direito de questionarem essa releitura. Assim como aqueles que estão dispostos a entender esse novo universo, e consideram apenas aquilo que for relevante. Então, tá tudo bem!

Mas não tem como negar que Alien: Covenant teve vários desvios, e que gerou muitos questionamentos, que não tem como passar pano. Uma delas foi a narrativa muito corrida, onde muitos fatos foram jogados, sem tempo para você assimilar tudo.

Confesso que até hoje não consigo engolir o fato da tripulação não usar o equipamento de segurança no Planeta 4. Logo, não tinha como algo dar certo ali… E essa atitude insana, me fez lembrar da Teoria do Queijo Suíço de James Reason (1990), que fala assim:

Para que um acidente ocorra é preciso que uma falha consiga ultrapassar todas as barreiras de um determinado sistema

Reason, James

Ou seja, a sequência de erros e negligências da tripulação, foram responsáveis pela falha na missão. Por isso, eu não canso de repetir que essa seleção da tripulantes foi muito meia-boca. Você concorda?

Ridley Scott  conversando com elenco de Covenant | Questão D
(Ridley Scott conversando com elenco de Alien: Covenant)

Alien: Covenant (2017) | A Polêmica Cena da Flauta – David e Walter

Não existe uma cena que foi mais criticadas na internet, do que o diálogo entre os androides David e Walter. Isso porque muitos alegavam que usaram filosofias baratas e que a cena da flauta foi desnecessária.

E por mais confuso que ela pareça, o seu propósito era mostrar que apesar da matriz de fabricação ser a mesma, os seus sistemas eram diferentes.

Enquanto que David foi projetado para ser um dispositivo independente e com autonomia, Walter foi projetado para ser 100% submisso e cumprir ordens. E o diálogo filosófico entre eles, foi uma comprovação de que o sistema de David estava obsoleto, ao apresentar falhas em suas citações, muitas delas corrigidas por Walter.

Você percebeu isso?

Walter/David – Michael Fassbender | A Cena Polêmica | Alien: Covenant | Questão D
(Walter/David – Michael Fassbender | A Cena Polêmica)

E depois de analisar os principais detalhes de Covenant, ficou claro que a proposta de Ridley Scott é trazer uma narrativa mais interpretativa, e tirar um pouco o foco da ação, como estávamos acostumados a ver em toda franquia.

Logo, você percebe que desde Prometheus, o diretor vem provocando o público com reflexões e questionamentos científicos, filosóficos e religiosos, em seu enredo.

Sendo assim, Alien: Covenant é uma produção que precisa ser vista com a mente aberta e fora da caixa. Por isso, dê uma chance ao filme, e reveja a sequência Prometheus (2012), Alien: Covenant (2017) e Alien: O 8º Passageiro (1979).

Assim, você vai perceber que Ridley Scott não quer guerra, e sim rechear o Universo Alien, com mais informações sobre sua existência. Só nos resta aguardar o novo filme da franquia e ver seu desfecho.

Billy Crudup e o ataque do facehugger | Alien: Covenant | Questão D
(Billy Crudup e o ataque do facehugger | Alien: Covenant)

Vale lembrar que a Disney comprou os direitos autorais da franquia, e que ela já disse que tem interesse em recontar e organizar o cânone do Alien, do mesmo jeito que fez em Star Wars e na Marvel.

Será que vamos ter mais filmes do Alien? Deixe seu comentário.

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Até o próximo post 😉

Alien: Covenant (2017) | Cartaz| QuestãoD

Ficha Técnica:

Título Original: Alien: Covenant
Gênero: Ficção Científica, Terror, Thriller
Direção: Ridley Scott
Elenco: Michael Fassbender, Katherine Waterston, Billy Crudup, Danny McBride(II), Carmen Ejogo, James Franco, Guy Pearce, Alexander England, Amy Seimtz, Benjamin Rigby, entre outros
País: EUA
Ano: 2017

Trailer:

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Dandy Souza

Web Designer e Videomaker. Sou um caçador de "easter eggs"e ativista da cultura pop. Criei o "Questão D" para mostrar que sci-fi, terror e o suspense são gêneros que além de entreter, têm um papel social interessante e fora da curva.Seja bem-vindes, porque o Questão D tá On!
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